segunda-feira

V - Bette Davis - A vida que segue...

Seu segundo Oscar por "Jezebel"
No final de "Jezebel" Bette estava física e mentalmente exausta. Seu médico receitou repouso absoluto e a proibiu de trabalhar em outro filme até que se recuperasse. Ocultar seu romance com William Wyler, um homem por quem estava muito apaixonada, tinha sido particularmente difícil. Se tivessem descoberto, os grupos morais da época tinham poder suficiente para destruir sua carreira, porque o adultério era algo que não perdoavam.
 
Ao terminar 'Jezebel', no entanto, a relação entre Bette e Wyler começou a esfriar. Por um lado, ambos estavam muito atraídos, mas por outro, era impossível que ficassem juntos por muito tempo. Wyler despertava o temperamento neurótico de Bette, enquanto ela temia ser devorada pela personalidade do diretor.

Howard Hughes, seu segundo amante
Foi quando Howar Hughes apareceu na vida de Bette. Era uma das pessoas mais curiosas da época. Rico e misterioso, Hughes tinha rodado "Hell's Angels", sem dúvida, o melhor filme que já havia sido feito sobre aviação. Hughes, que manteve um romance com Katharine Hepburn, conheceu Bette em uma festa e ela ficou encantada com o seu charme.
 
Apesar de ser um homem bonito e imensamente rico, Hughes era muito desajeitado com as mulheres. Tímido, tinha dificuldade em lidar com elas. Com ele, Bette era doce e gentil e, embora ele não estivesse tão apaixonado quanto esteve por Hepburn, dizem que seu relacionamento com Bette o ajudou a curar uma suposta impotência sexual. Por seu lado, Bette conseguiu superar a ansiedade que a acompanhava há tempos.


Com Howard Hughes, seu segundo amante

Mas Nelson Ham apareceu em cena para complicar as coisas novamente... Louco de ciúmes, contratou um detetive famoso e colocou microfones na casa para surpreender os amantes. Uma noite, ele sofreu uma humilhação terrível ao ouvi-los juntos. Incapaz de suportar, correu para o quarto. Hughes tentou atingi-lo, mas falhou. Então Ham o chantageou e ameaçou publicar as fitas se Hughes não lhe desse 70.000 dólares.
 
Morrendo de medo que sua impotência se tornasse pública, Hughes contratou um bandido para matar Ham, mas esse, para se proteger, avisou à polícia que se morresse, a culpa seria de Hughes. O milionário não teve escolha senão pagar. Em um gesto de grande decência, Bette pediu novamente um adiantamento e pagou cada centavo a seu amante. Hughes nunca esqueceu esse gesto e todo ano enviava uma flor a Bette no aniversário do pagamento.

Jezebel a converteu em estrela absoluta

A direção soberba de Wyler fez Bette dar o melhor de si em "Jezebel". O filme a converteu em uma estrela à altura de Garbo ou Hepburn e também rendeu o segundo Oscar de sua carreira.
 
Depois, Bette gravou "The Sisters", com Errol Flynn, um ator ao qual detestava. Flynn fez uma proposta romântica, apesar de Bette achar que não era seu tipo. Ela se recusou veementemente. Preferiu Anatole Litvak, diretor do filme, um homem encantador e culto, que era casado com Miriam Hopkins. A velha inimiga de Bette a odiava mais do que nunca por ter conseguido o papel que ela acreditou ser dela em "Jezebel".  

Miriam acusou seu marido e Bette de manter um romance. Quando Bette e Litvak tentaram, a relação não deu certo porque ele era um homem amante do luxo e das diversões e ela uma mulher retraída e séria, com muitos problemas internos. Além disso, Bette foi sempre se interessou mais no filme do que em qualquer outra coisa.

Uma carta que mudou sua vida
Bette estava muito interessada em filmar "Dark Victory", um drama sobre uma mulher moribunda que Talulah Bankhead interpretou no teatro. Os direitos pertencem a David O. Selznick, que queria Hepburn ou Garbo para o papel. Depois de muitas peripécias, o papel foi parar nas mãos de Bette, que tentou conseguir Spencer Tracy para o papel masculino. A Warner não confiava no ator por causa de seus problemas com álcool e contratou George Brent e Humphrey Bogart, o que acabou por ser um sucesso no final. 

"Dark Victory" (1939)

A relação de Bette e Wyler era marcada por constantes brigas. Ambos se amavam muito, mas suas personalidades fortes faziam com que brigassem uma e outra vez. Wyler estava tendo um caso com uma bela jovem chamada Margaret Tallichet. Uma noite, quando Bette voltou para casa depois de filmar, encontrou uma carta do diretor. Irritada, ela sequer abriu a carta e só leu após uma semana. Foi um erro que a marcaria para sempre. Na carta, Wyler informava que a menos que ela concordasse em casar com ele imediatamente, ele casaria com Margaret na quarta-feira. Aquele dia era justamente quarta-feira. Bette começou a chorar inconsolavelmente. Ela sabia que tinha perdido o amor da sua vida. Por vários dias não conseguiu aparecer para filmar, irritando os membros da equipe. Curiosamente, o próximo filme de Bette, que estaria sob a direção de Wyler, chamou-se "A Carta".
 
Quando pôde retomar o trabalho, o trauma sofrido comWyler serviu para outro excelente desempenho. Ao mesmo tempo, Bette começou um relacionamento com George Brent, que durou mais de um ano. Ainda assim, também teria problemas com o Brent, pois ele se irritava com o mal-humor e a mesquinhez de Bette.
 
Depois de "Dark Victory" Bette gravou "Juarez" e "Old Maid". No primeiro trabalho teve um papel curto, mas intenso, pois o filme foi roubado por Paul Muni, uma das grandes estrelas da Warner. Durante a filmagem, Bette e Nelson Ham se divorciaram em 6 de dezembro de 1938.
 
Bette e Nelson Ham se divorciaram em 6 de dezembro de 1938.
Em "Old Maid", ela enfrentou uma velha inimiga, Miriam Hopkins. As duas se odiavam e Hopkins, jogando sujo, se encarregou de atrapalhar o trabalho de Bette, deixando-a só em cenas importantes e desenvolvendo uma interpretação suave, para obter a simpatia do público. É um filme onde você pode sentir a profunda antipatia das duas atrizes.
 
Bette e Errol
Bette conseguiu realizar um sonho antigo: dar vida à rainha Elizabeth da Inglaterra, no filme "The Private Lives of Elizabeth and Essex" O problema foi protagonizar com Errol Flynn, quando ela queria um grande ator como Laurence Olivier. Flynn não era realmente um bom ator. Estava mais interessado em se divertir do que se esforçar para o trabalho. Enquanto Bette lia livros, escolhia vestidos e maquiagem que a fariam semelhante físicamente à rainha, Flynn brincava com barcos e mulheres.
 
Durante as filmagens, ela e Flynn viriam a se detestar profundamente. O ator bocejava na frente da câmera, esquecia o roteiro e beliscava sua bunda em todas as oportunidades. Quando Bette explodia de raiva, ele ria mais ainda.


Com Errol Flynn, a quem detestava

Como resultado destes inconvenientes, o filme não foi um dos melhores da carreira de Bette. Em seguida, a atriz tirou férias de quase meio ano. Viajou para Nova Inglaterra, onde conheceu Arthur Farnsworth, um engenheiro aeronáutico alto e bonito, de boa família e que usava roupas de couro e calças de algodão. Farnsworth tinha sofrido um acidente e sofria uma síndrome parecida com a epiléptica. Bette o encantava, mas ele sabia que, por causa da saúde, não estava à sua altura.


Ainda assim, "Farney" impressionou a família e amigos e os dois começaram um relacionamento favorecido pelas féria e consequente relaxamento de Bette. Foi também durante esses meses que Bette comprou duas casas: Butternut, uma velha casa em New Hampshire, que reconstruiu com a ajuda de seis carpinteiros, e Riverbotton, uma bela mansão em Los Angeles rodeada por uma paisagem e um rio. Ambas as casas se tornariam seu refúgio durante os anos difíceis.

 Créditos: Aqui

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